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NO VENTO


Chegou em dezembro no vento do oeste.

Tinha hora marcada.

Adiantou.

Intenso e com muita fome.

Cresceu rápido e com pressa.

Não se via molhado.

No corpo em branco coloriu sua alma.

No círculo do sol poente arredondou a vida.

Indicou o norte.

Desatou correntes.

Arco-íris com pote de ouro.

Revirou meu mundo.

Contente.

Por vezes no exílio desaparece.

Retorna sempre. De repente.

Sacode. Revira e envolve.

Abala estruturas.

Seduz com olhar de serpente.

Deixando bem claro

que não viverei impunemente.




Imagem: Unsplash/Markus Spiske

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